Comecei a dar aula para ensino fundamental (anos finais) em 2017. Em abril falamos vários assuntos sobre a cultura e a resistência indígenas perante a sociedade brasileira, que criou uma imagem negativa e pejorativa, dizendo que eles se recusam a aderir o tal "progresso" (palavra que tem tentado substituir os termos exploração e destruição da natureza).
Em novembro fizemos (6° e 7° anos) fanzines sobre os grandes nomes da história nordestina que eram/são negros e também da representatividade de crianças negras nos meios de comunicação (revistas, livros, comerciais, etc).
No início de 2018 eu comecei a participar da organização da Jornada de Povos indígenas realizada por várias universidades e instituições no estado do Ceará. Não consegui acompanhar a organização do evento e muito menos contribuir efetivamente, mas a reunião que participei e os debates no grupo do whatsapp me possibilitaram visualizar uma ação concreta com meus alunos e assim comecei a planejar a I Mostra de Cultura Indígena Panamericana BJN.
Foi uma experiência única, os alunos tiveram uma participação massiva e ajudaram em cada etapa da organização, além de executarem as atividades de pesquisa e produção que eu havia solicitado como produto da aprendizagem e debates realizados antes do evento de culminância.
Logo após no dia seguinte ao término do evento, já comecei a dizer para os alunos que faríamos um outro evento em novembro, para celebrar o mês da consciência negra. E como já tínhamos um pouco mais de experiência com o primeiro evento, seria um evento mais complexo e organizado.
Confesso que eu não coloquei no papel quais os objetivos e etapas para acontecer o evento. Vida de professor é uma correria, ainda mais quando se é professor e aluno ao mesmo tempo (fora os trabalhos voluntários na comunidade: igreja, movimento social, outros). Sei que se fosse fazer projetos seguindo à risca as etapas de croqui, projeto, cronograma, etc, não conseguiria sair do croqui. Também, só após longo período que os projetos se findaram é que estou conseguindo escrever resumidamente para garantir registro para além das fotos e vídeos.
Então, em outubro começamos a debater as possibilidades de apresentação, exposição e produtos da aprendizagem obtida nas aulas que antecederam o evento. Não foi um projeto do professor ou da escola, mas dos alunos. Cada dia eu lia na sala as ideias surgidas e as opções escolhidas por cada turma e motivava que outros grupos de cada turma pudessem assumir alguma das ideias postas ou sugerirem a que gostariam de apresentar dentro daquele tema. E assim foram surgindo as várias facetas do evento sobre africanidade. O esquema do evento ficou assim:
I MOSTRA AFRICANIDADE BJN
Programação
Apresentação do evento 5 mim
■Griôzinho 5 mim
■Convidados para uma fala na mesa de cerimônia inicial 15 min (Inez 10' e irmã M° José 5')
■Capoeira 10 mim
■Teatro 18 mim
■ Musical casamento 10 min
■ Tempo de visitação dos espaços 20 min;
■Cerimônia de encerramento 10 mim.
Espaços de visitação
■ Óculos 3D com lugares da África
■ Vídeos:
◆ Lendas da África 8°
◆ 6° ano - pré história
◆ Casa de Farinha 9°
◆ Capoeira 9°
■ Musical casamento
■ Peça teatral; 7°
■ Quiz; 8°
■ Brincadeira de roda 8°
♣ 02 TV's 8 mt2 (4/TV)
♣ Quiz c/ Data Show 30 mt2
♣ Óculos 3D - projetar em data show.
♣ Peça Teatral: MUSEU ÁFRICA
♣ Musical casamento.
https://youtube.com/playlist?list=PLliLCuOAaTHJNvGt8x0SKBmUyX8WQY2-U (PLAYLIST DE TRABALHOS NA BOM JESUS, SENDO TODOS DO PROFESSOR ANDRÉ PAZ)
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